Coronavírus e os animais domésticos

Por conta da desinformação e do pretexto do Novo Coronavírus, cães e gatos estão sendo largados nas ruas a própria sorte.

Por conta de informações equivocadas sem a devida checagem de jornalistas e médicos veterinários o número de animais abandonados está crescendo de forma exponencial.

Apesar da Organização Mundial da Saúde (OMS) explicar que não há evidências significativas de que animais de estimação possam ficar doentes ou transmitir o Covid-19.

Cães e gatos têm coronavírus?

Sim, cães e gatos possuem seus próprios coronavírus e vale uma explicação sobre os vírus e as vacinas dos cães e gatos para desassociar o Covid-19 do Coronavírus animal.

“Quando olharem a carteira de vacinação dos cães, encontraram uma dose para coronavírus esse é um vírus canino, que não afeta o corpo humano! O mesmo ocorre com gatos que devem tomar a vacina PIF (Peritonite infecciosa felina) que previne o coronavírus exclusivo dos gatos que não ameaça a humanidade”. Explica a doutora Roberta Consani.

Por que tantos Coronavírus?

O Coronavírus recebe esse nome por ser, de grosso modo, uma bolinha revestida de espículas em formas parecidas com coroas (corona), por isso coronavírus, essas coroas, são como chaves que se encaixam nas células do corpo de forma perfeita nas “fechaduras” das células, o que possibilita a entrada.

 “Os cães e gatos têm seus próprios coronavírus que não oferecem risco ao corpo humano assim como o Covid-19 não oferece risco aos bichos”, explica a doutora. “Mas vale ressaltar: vacinas para coronavírus canino e PIF não devem ser utilizadas por humanos uma vez que os vírus não têm relação direta e podem trazer malefícios aos humanos.” Alerta.

 O que pode acontecer é o pet carrear e apenas carrear o vírus nos pelos, como qualquer outra superfície, seja ela a parede do prédio, as maçãs do mercado ou o dinheiro do troco.

Logo medidas de higiene devem ser intensificados, assim como lavar as mãos e manter uma boa higiene, é importante manter a higiene dos animais.

Devo levar meu pet para passear?

Os passeios são muito importantes pois fazem parte da rotina dos animais. E sabemos que muitas mudanças na rotina deles podem ser prejudiciais. Eles não entendem o contexto atual e podem acabar tendo problemas de saúde por segurar muito tempo a urina e as fezes esperando que alguém saia com eles, ou desenvolverem uma ferida na pele por lambedura excessiva.

Como devemos proceder então:

Durante o passeio leve-o até o local onde ele costuma se aliviar, pegue os dejetos com uma sacolinha – como de costume – e volte para casa. Evite contato com pessoas e outros animais. Lembre-se de passar álcool em gel nas mãos assim que chegar.

Em seguida, ao voltar para casa, é preciso que seja feita a higienização das patinhas. Assim como devemos tirar nossos sapatos antes de entrar em casa para não contaminar o ambiente, o mesmo deve ser feito com os cachorros.

Portanto, limpe bem as patas com lencinho umedecido próprio para a espécie, da mesma forma, o focinho, pois os cães têm a tendência de farejar o chão e todo o percurso feito no passeio; apliquei, também, um produto de banho a seco por todo o pelo do animal, para limpar partículas do vírus que podem estar aderidas nos pelos do seu amiguinho – não deixe que ele se lamba depois de chegar em casa sem ter sido higienizado.

Testei positivo para o Covid-19 o que devo fazer com meu pet?

Esse é um momento de se cuidar e prevenir que algum membro da família seja infectado, inclusive o pet. Nesse contexto, já que o ideal é ter pouco ou nenhum contato, o mais correto a se fazer é deixá-lo com um familiar ou no day care para que o estilo de vida dele não seja tão afetado devido à sua contaminação por Covid-19.

Se o seu cachorro só faz as necessidades fora de casa e você não tem nenhum familiar que possa cuidar dele neste período, uma alternativa é contratar um profissional, os chamados “Dog Walkers”, para levá-lo para passear até que tudo se normalize.

Nunca, em hipótese alguma se deve abandonar. O abandono de animais é inaceitável e já era um problema de saúde pública no Brasil antes mesmo da ameaça do novo coronavírus, uma vez que cachorros e gatos errantes, sem vacinação e cuidados de saúde, além de indefesos, são potenciais transmissores de zoonoses, aquelas doenças transmitidas de animais para seres humanos, como raiva, leishmaniose, leptospirose, toxoplasmose e outras.

Vale lembrar que não há confirmação da relação de transmissão da covid-19 por animais pelo Conselho de medicina veterinária. Dessa forma, reforça-se a necessidade de que as pessoas pratiquem a guarda responsável, cuidem da saúde dos seus pets e mantenham as medidas necessárias para evitar a propagação de doençasΩ

E não devemos esquecer que a prática de abuso e maus-tratos animais é tipificada no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, tendo como pena a detenção de três meses a um ano, além de multa. No Estado de São Paulo, com base na Lei Estadual n.º 16.308/016, se comprovado os maus-tratos, o agressor fica impedido de ter a guarda de um animal doméstico por 5 anos.

Veterinária serviço essencial

O conselho também reitera a importância dos serviços veterinários para a saúde pública, especialmente na prevenção de doenças, gerenciamento de emergências e enfrentamento de pandemias.

Por isso, até segunda ordem, os médicos-veterinários podem manter o atendimento normal em clínicas e hospitais veterinários; sempre evitando aglomerações, agendando a consulta por telefone ou celular para fugir de filas, levando o pet ao veterinário sem familiares ou amigos como companhias.

Lembrando que consultas veterinárias virtuais são proibidas pelo Código de Ética do Médico Veterinário, sendo necessária a presença do tutor e seu animal na clínica/hospital.

Mas, é possível consultas veterinárias a domicílio, ou solicitar um transporte para seu pet e acompanhar via videoconferência caso tutor seja do grupo de risco.

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